quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Gestão 2.0: 10 lições de liderança de Sir Terry Leahy.

Gestão 2.0: 10 lições de liderança de Sir Terry Leahy.

Extraído do Blog do Marcelao

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Uma Palestra apresentada por Sir Terry Leahy, CEO da gigantesca e bem-sucedida rede britânica de supermercados Tesco que atua pelo mundo com mais de duas mil lojas e mais de trezentos e cinquenta mil funcionários transformando-se na maior rede de super-mercados do Reino Unido e a terceira maior do mundo. Durante seus dez anos no comando, os lucros da Tesco subiram de US$1,08 bilhão para mais de US$ 3 bilhões; suas vendas agora superam US$68,7 bilhões e o preço de suas ações quase dobrou.

Em sua palestra, Sir Terry Leahy apresentou 10 lições de liderança que eu apresento abaixo com meus comentários:

1 – Encontre a verdade - O primeiro passo para se resolver um problema, independentemente de seu tamanho, é reconhecer a sua existência. Encarar a verdade de frente pode ser doloroso, mas é extremamente necessário. Aliás, fugir deles é um dos passos apontados pelo Jim Collins no seu livro “Como os Gigantes Caem?”. Para encontrar a verdade, escute seriamente seus clientes e funcionários, principalmente aqueles que investem seu capital emocional no futuro da empresa. Ouvir verdadeiramente seus clientes e funcionários é ter na mão o mapa do desenvolvimento futuro de sua empresa;

2 – Tenha metas audaciosas – Tenha metas audaciosas, mas tenho cuidado com a forma e a razão por trás dessas metas, pois a maioria das empresas definem metas de forma equivocada e acabam por gerar comportamentos não-éticos por parte de seus funcionários. Pensem em definir metas ligadas ao valor que você deseja gerar para seus clientes. No caso da Tesco, não importa o Market Share, o que eles querem é ser a escolha número 1 de seus clientes;

3 – Visão, Valores e Cultura – Visão, valores e cultura importam mais do que estratégias de marketing e objetivos financeiros. O lado soft das empresas ganha mais importância do que o lado hard das empresas. É preciso compartilhar significado entre empresas, funcionários e clientes. É como disse o Daniel Pink no seu livro “O Cérebro do Futuro – A Revolução do lado Direito do Cérebro” quando afirma que o século XXI é o século em que a sensibilidade terá mais importância do que a racionalidade. Nesse sentido, procure tratar as pessoas com respeito em primeiro lugar;
4 – Siga seus clientes – Com o crescimento das redes sociais, os clientes passaram a ter um poder e uma maior participação no processo econômico. Escutar e, principalmente, estabelecer conversas com seus clientes é fundamental para acompanhar a mudança, pois seus clientes mudam mais rápido do que sua empresa pode acompanhar;

5 – A direção e a visão estratégica – Tem um princípio de gestão da Toyota que eu gosto muito que é “A Direção é mais importante que a velocidade”. Estratégias devem ser compartilhadas com todos os funcionários das empresas. Isso é torná-la viva dentro da empresa. Por essa razão que a liderança da empresa deve atuar como conectores de uma rede para facilitar o fluxo de informação interna na empresa. Isso gera confiança, aumenta a auto-confiança e a auto-estima de seus funcionários;

6 – Pessoas, Processos e Sistemas – É preciso criar sentido na relação entre pessoas, processos e sistemas. O problema é que, na maioria das empresas, esses três elementos estão deconectados. Esse problema torna-se mais grave ainda em grandes empresas, pois, como existe concentração exagerada de poder no topo da pirâmide em detrimento das pontas, o processo de comunicação torna-se caro e extremamente complexo. Nesse sentido, acredito que a redes sociais tem o poder de facilitar essa comunicação e, dessa forma, aproximar os diversos setores existentes nas empresas;

7 – Pense de forma enxuta – Atenção aos detalhes, principalmente nos pontos de intersecção dos processos existentes dentro das empresas. Não pode haver bola dividida;

8 – Competição é importante – Quanto melhor é seu concorrente, mais você aprende. Nesse ambiente, o cliente é seu melhor consultor. Conflito também é importante para ajudar a encarar de frente a verdade dos problemas existentes nas empresas. Aliás, tenho uma frase que eu gosto muito que é “Onde 10 concordam, 9 são dispensáveis”. Conflito também é bom para gerar a faísca da inovação;

9 – O simples é melhor que o complexo – Complicar é fácil, simplificar é que é difícil. Essa realidade torna-se mais problemática diante do fato que as empresas cresceram muito para cima e em complexidade, afastando quem decide os rumos das empresas de quem realmente importa para qualquer decisão que é o cliente. Crie uma cultura de simplicidade. Isso facilita criar senso de propósito comum entre seus funcionários, mas lembre-se que simplicidade tem a ver com comunicação interna. Facilite o fluxo de informação e você alcançará a simplicidade;

10 – Liderança – Gostei da definição de liderança de Sir Terry Leahy. Para ele: “Liderança é você fazer as pessoas irem mais longe do que se fizessem isso sozinhas” É preciso que os lideres desenvolvem os seus pontos fortes que irão desenvolver os pontos fortes de seus funcionários.

Concluindo, cada vez mais ganha importância desenvolver o lado soft das empresas. Na minha opinião, transparência e confiança serão os pilares principais dos modelos de gestão do futuro nas empresas, principalmente diante do aumento da complexidade no mundo dos negócios. Afinal de contas, acesso facilitado a informação é o grande driver da mudança na economia e na gestão das empresas.

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